SÃO LUÍS – A reconstituição do assassinato do jornalista de O Estado do Maranhão, Décio Sá, foi iniciada na tarde desta terça-feira (3), em frente à sede do Sistema Mirante.
O executor do crime, Jhonathan de Souza Silva, participou da ação
junto aos policiais com o fornecimento de informações sobre o caso.
O
procedimento se estenderá por todo o percurso que o jornalista fez até
chegar ao bar na Avenida Litorânea, onde foi assassinado.
"Precisamos
fazer com que as provas materiais coincidam com a confissão do
Johnatan", disse a Delegada Geral da Polícia Civil, Cristina Menezes. A
delegada afirmou que Jhonatan, em depoimento, confessou ter acompanhado a
chegada e saída do jornalista Décio Sá do Sistema Mirante.
São
mais de 50 homens na operação. Entre eles policiais do Grupamento
Tático Aéreo (GTA), peritos, políciais civis, promotores, além do
delegado Marcos Afonso e a Delegada Geral, Cristina Menezes.
O
delegado Marcos Afonso Júnior, coordenador das investigações deste
crime, disse que entre os detidos, apenas o Johnatan participou da
reconstituição. "Vamos tentar concluir agora essa importante fase do
processo. À noite teremos a segunda fase", concluiu.
Em frente ao Sistema Mirante,
Jhonathan de Souza Silva mostrou de onde observou a chegada do
jornalista Décio Sá. A distância entre Jhonathan e o carro do
jornalista foi medida pelos peritos.
Em
seguida, a equipe da resconstituição levou Jhonathan até o quiosque,
na Ponta D'Areia, para o qual ele se deslocou após a entrada de Décio no
Sistema Mirante. No quiosque, ele pediu uma água de coco e se
encontrou com um comparsa. Do local, ele saiu não mais na moto, e, sim,
em um carro.
Moto usada por Jhonathan Silva no dia do crime.
Momento em que Jhonathan Silva chega para a reconstituição.
Jhonathan Silva dá detalhes do local onde ficou aguardando o jornalista Décio Sá.
Carro representando o momento em que Décio Sá chegou ao Sistema Mirante no dia do crime.
Policiais chegam a Ponta D'Areia onde está sendo realizado o segundo momento da reconstituição.
Relembre o caso
O
jornalista da editoria de política do jornal O Estado do Maranhão,
Décio Sá, 42 anos, foi assassinado com cinco tiros à queima roupa, em um
bar na Avenida Litorânea, em São Luís, por volta das 23h30, no dia 23
de abril. Quatro tiros foram disparados na cabeça do jornalista e dois
no tórax. Décio Sá teria ido jantar no local e foi morto enquanto
aguardava a refeição.
As
investigações deram conta de que dois homens teriam chegado ao local em
uma motocicleta, e um deles teria entrado no estabelecimento para
efetuar os disparos. A arma utilizada no crime foi uma pistola 0.40,
arma de uso exclusivo da polícia.
Após
o crime, o executor teria fugido na moto com o comparsa que o aguardava
do lado de fora do bar. Na mesma noite, uma força-tarefa com
integrantes da Delegacia de homicídios, do Plantão central da Polícia
Civil e da Superintendência de Investigações Criminais, deu abertura
imediata ao inquérito investigativo.
Envolvidos
As
investigações da "Operação Detonando", que duraram cerca de 50 dias,
chegaram a sete pessoas que participaram do crime. Uma pessoa – já
identificada – ainda está foragida, já que apenas um dos oito mandados
de prisão não foi cumprido. Carros, documentos, cheques e notas de
empenho de prefeituras maranhenses foram apreendidos e serão periciados.
No
mês passado, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Maranhão
apresentou alguns dos suspeitos de envolvimento no caso: Gláucio
Alencar, de 34 anos, apontado como um dos mandantes do crime e suspeito
de ter financiado a execução do jornalista; José de Alencar Miranda
Carvalho, de 72 anos, pai de Gláucio Alencar, apontado, também, como
mandante e financiador do crime; capitão Fábio, conhecido, também, como
"Capita", subcomandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar do
Estado do Maranhão, suspeito de fornecer a arma que executou o
jornalista; Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos, apontado como executor
de Décio Sá e que está preso desde o dia 5 de junho por tráfico de
drogas – com uma extensa ficha criminal; Fábio Aurélio do Lago e Silva,
de 32 anos, o "Bochecha", preso na Chácara Brasil, é suspeito de
participar do crime e teria todo o conhecimento das ações do grupo; José
Raimundo Chaves Júnior, o "Bolinha", de 38 anos, preso no Jardim
Eldorado, suspeito de intermediar as ações do crime; e Airton Martins
Monroe, de 24 anos, suspeito de ter apresentado o executor do crime a
"Bolinha".
O deputado Raimundo Cutrim foi citado no depoimento de Jhonatan de Sousa Silva, prestado no dia 9 de junho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário