Uma quadrilha presa durante a Operação Quatro
Marcos foi apresentada pelo secretário-adjunto de Inteligência e Assuntos
Estratégicos, da Secretaria de Estado de Segurança Pública, Laércio Costa, na
tarde desta segunda-feira (4), durante uma entrevista coletiva à imprensa, em
São Luís. A operação, deflagrada no último fim de semana, resultou na
identificação de cinco pessoas suspeitas de envolvimento com o tráfico de
drogas e na apreensão de mais 50 kg pasta-base de cocaína avaliada em quase R$
1 milhão.
O grupo, composto por um maranhense, dois
mato-grossenses, um paranaense e um paulista, teria ramificações, de acordo com
a polícia, nos estados do Maranhão, Pará, Piauí, Goiás e Mato Grosso. A droga
saiu da cidade de São José de Quatro Marcos, em Mato Grosso. O início da
operação aconteceu após dois meses de investigações.
Presentes ainda na coletiva, a delegada geral de
Polícia Civil, Maria Cristina Resende; o subdelegado geral Marcos Afonso Junior;
e o superintendente de Polícia Civil do Interior, Jair Lima de Paiva.
“Com esta prisão, estamos dando um choque no
tráfico de drogas aqui no Maranhão. Além de desbaratar esta organização
criminosa que estava se instalado aqui no Maranhão, estamos impedindo que
aconteçam vários homicídios. A quantidade de droga apreendida era suficiente
para abastecer, durante cinco meses, as bocas-de-fumo da Região Metropolitana”,
explicou Laércio Costa.
De acordo com o secretário adjunto da SSP, a
pasta-base iria ser manipulada e transformada em crack. Segundo ele, 1 quilo do
entorpecente, depois de pulverizado, não é vendido nas bocas de fumo por um
valor menor que R$ 10 mil. “Calculando a quantidade e o valor que é vendido
temos noção do montante e do valor que seria arrecado, de forma ilícita, e iria
abastecer, não só a ganância dos traficantes, como também todo um mecanismo
criminoso do tráfico”, completou.
Durante a ação, que teve o apoio dos delegados com
o apoio dos delegados José Nilton Sousa e Carlos César Veloso, ambos da SPCI,
foram presos, Terezinha de Jesus Oliveira Mandu, 47 anos, apontada como uma das
líderes do grupo. Segundo a Polícia, ela teria assumido o comando do tráfico
após a morte de um de seus filhos na cidade de Maracaçumé. Era ela quem escolhia
as “mulas do tráfico”, como são conhecidas as pessoas que fazem o transporte da
droga.
Nas investigações, a polícia descobriu que os três
salões de beleza dos quais ela era proprietária, sendo um no Maranhão e dois no
Pará, além de outros dois estabelecimentos comerciais (em Santa Helena, no
Maranhão, e no Pará), serviam para esconder a venda das drogas. Além dela,
estão detidos, Eliseu Viera de Lima, 47 anos, natural de Portos dos Gauchos
(MT); Rosildo Ferreira, conhecido como “Roni”, natural de Ouro Verde do Oeste
(Paraná), 37 anos, que já havia sido condenado há 12 anos e 10 meses e tinha
fugido do presídio em Teresina, no Piauíe foi detido no ano passado; Kleuton
Barbosa da Costa, 27 anos, de Buriti (MA), com quem “Terezinha” mantinha um relacionamento
amoroso; e Alexandre Rubens Barbosa Marques, conhecido como
“Piriquito”, natural de Aparecida do Oeste (São Paulo).
A delegada geral afirmou que os trabalhos de
combate ao trafico de drogas vão continuar. “Vamos estar sempre combatendo o
tráfico de drogas no Maranhão. As investigações vão continuar e pretendemos
também chegar a todos os outros envolvidos. A partir de agora vamos trocar
informações com outros estados e descobrir as ramificações do grupo”,
ressaltou.
Logística
Para que as prisões tivessem êxito, a SPCI
monitorou a movimentação da quadrilha e com o apoio do Ministério Público e do
juiz da comarca de Maracaçumé deram inicio ao levantamento de informações. O
superintendente de Polícia Civil do Interior, disse que as investigações
começaram na cidade de Maracaçumé, onde durante a investigação de um homicídio
ocorrido em fevereiro do ano passado de um dos chefes do tráfico conhecido como
“Cleutinho” foi descoberto todo o esquema do trafico. Ele dominava, segundo o
delegado, o trafico nas cidades de Maracaçumé, Governador Nunes Freires e
estava se expandido ao estado do Pará.
“Investigando o homicídio, chegamos ao
tamanho dos negócios criminosos do Cleutinho. Descobrimos que ele, na época em
que foi morto, estava juntando R$ 1 milhão para gastar na campanha, uma vez que
ele queria ser candidato a vereador na cidade. E com a morte do filho, a
Terezinha assumiu o comando do tráfico. E decidiu morar em São Luis juntamente
com o restante da família e daqui manipular o trafico de drogas”,
contou o superintendente da SPCI.
O carregamento foi recebido no Terminal Rodoviário
de São Luis, local marcado para que o motorista da caminhonete seguisse em
direção a residência da chefe do tráfico. Eles foram abordados no momento em
que se deslocavam. A outra parte da quadrilha, que permaneceu em São Luis,
segundo as investigações, tinha como função arrecadar recursos para custear os
gastos e o frete do entorpecente. “Em uma das movimentações conseguimos
descobrir que, em um única remessa, foram quase R$ 250 mil reais enviados a
Mato Grosso”.
Apreensão
O entorpecente apreendido, divididos em 46 tabletes,
foi avaliado em R$ 850 mil reais. Cinco veículos, sendo um Pálio preto, placas
NNG-9975; um i30 Hunday; um Renault Clio, cor prata com placas NHA 4305 do
Pará; um Ford F4000 branca, placas KHM 8613; uma caminhonete Strada, sem
placas, também, foram apreendidos pelas equipes policiais. Com o grupo, a
polícia encontrou R$ 7.541, 26 celulares, além de chips, pen drives e várias
porta-cédulas, cartões de crédito e diversos comprovantes bancários que
constatam a movimentação dos traficantes. Os suspeitos ficaram
detidos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde permanecerão á disposição
da Justiça.
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