BRASÍLIA - A greve dos professores das universidades federais completa
um mês hoje (17) sem nenhuma perspectiva para o fim do movimento. O
Ministério do Planejamento prometeu apresentar na próxima terça-feira
(12) uma proposta para o plano de carreira dos docentes. Contudo, o
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior
(Andes) avalia que a greve não será encerrada, mesmo se a proposta for
considerada boa.
“Esperamos
que o governo pare de enrolar e apresente uma proposta concreta.
Esperamos que haja algo objetivo para que, a partir daí, possamos
iniciar um processo de negociação. O fim da greve sequer está na nossa
pauta”, disse à Agência Brasil o primeiro vice-presidente da Andes, Luiz
Henrique Schuch.
Segundo
ele, apesar dos transtornos causados pela greve, o movimento tem
recebido apoio da sociedade. “Temos recebido uma resposta de acolhimento
por parte da sociedade. Esse é um movimento vitorioso porque a
sociedade não se engana mais com discursos vazios. A sociedade está
percebendo que a pior crise do país é a da falta de políticas públicas
para a educação”, argumentou Schuch.
Na
última terça-feira (12), o governo federal chegou a pediu, sem sucesso,
uma “trégua” de 20 dias aos professores federais para continuar as
negociações. O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do
Planejamento, Sérgio Mendonça, disse que o governo se comprometeria a
apresentar ao fim desse prazo uma proposta para solucionar o impasse em
torno da reestruturação da carreira, principal reivindicação dos
professores.
Além de não
concordar com a “trégua”, os grevistas criticaram a postura do governo.
“Estamos, desde o segundo semestre de 2010, esperando propostas
concretas do governo para podermos conversar com a categoria e isso não
aconteceu. Não deu para acreditar que o governo chegou falando em
“trégua”. Foi uma coisa fora da realidade.”
A
greve já atinge 55 instituições federais de ensino em todo o país.
Também em busca da reestruturação de carreira, os servidores vinculados
ao Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica,
Profissional e Tecnológica (Sinasefe) anunciaram greve geral a partir de
amanhã (13), entre docentes e técnicos. A paralisação deve atingir 40
mil servidores.
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